As transformações psíquicas na gravidez são tão intensas quanto as corporais, embora sejam mais invisibilizadas no pré-natal e menos compreendidas pelos profissionais que acompanham a gestante. Todas elas são importantes para a mulher “abrir espaços psíquicos” se preparando para a chegada e a conexão com seu filho.
Ambivalência: presença de sentimentos contraditórios, muito marcada pelo “não saber” o que está por vir, pela percepção da “falta de controle”, momentos de sentimentos positivos intercalados com outros de dúvidas, medo, ansiedade ou questionamentos sobre o real desejo da gravidez, pex.
Regressão: maior sensibilidade, mudanças de humor, necessidade de atenção, sonolência, alterações no paladar e apetite.
Introspecção: “o próprio umbigo passa a ser o centro do mundo. A mulher pode parecer “no mundo da lua”, alheia e menos disponível para problemas externos, não é incomum que a relação com o trabalho se modifique.
Projeção: ao saber da gravidez, mesmo nas fases mais iniciais, a mulher já projeta uma série de expectativas sobre o futuro é sobre seu filho, o temperamento dele, características físicas etc.
Onipotência: aqui está um dos paradoxos psíquicos da gravidez: a mulher ao mesmo tempo regredida e onipotente. Talvez seja por isso que não queremos dar ouvidos às questões e desafios do puerpério, ou tendemos a minimizá-los. Amo a máxima de que a gravidez é ONIPOTÊNCIA, o parto é POTÊNCIA (sobretudo se respeitoso e adequado) e o puerpério é IMPOTÊNCIA!
Alterações cerebrais: são inúmeras e contribuem para que a mulher se torne mais instintiva e menos racional.