A amamentação durante o uso de psicofármacos é considerada segura para o bebê e não deve ser interrompida, salvo raríssimas exceções. (ex.: lítio, clozapina, CBD).
A transferência da droga para o leite materno é inferior à transferência placentária da dose materna ajustada ao peso da criança, que conhecida como a Dose Relativa Infantil (RID).
Medicamentos com RID abaixo de 10% são geralmente considerados seguros na amamentação.
As discussões sobre a segurança dos medicamentos na amamentação devem ser realizadas o mais cedo possível, idealmente antes da concepção ou no início da gravidez.
A troca de drogas ao final da gestação ou logo após o parto não é aconselhável ao alto risco de recaída.
Os bebês devem ser monitorados quanto a quaisquer efeito adversos.
Ajustes como fracionamentos de doses, ingesta pós mamada, dosagem de nível sérico materno, podem ser indicados para reduzir a exposição do bebê.
A mulher que recebe medicação sedativa deve ser assistida durante as primeiras mamadas noturnas, evitar amamentar deitada, pode adormecer e rolar sobre o bebê.
É necessário combater o estigma e evitar que mulheres erroneamente interrompam o uso de psicofármacos quando necessário.
Também se faz urgente a capacitação profissional para que mulheres não sejam desencorajadas a amamentar por fazerem o uso de tais medicamentos.
Esse trabalho é contra a desinformação, é baseado em evidências científicas de melhor qualidade, mas é sobretudo a favor da saúde mental das mulheres e, por consequência, da saúde dos seus filhos.
Quem trabalha com psiquiatria perinatal ajuda a interromper o ciclo intergeracional do trauma e protege as gerações futuras.