Saúde mental materna em pauta em audiência na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Hoje, 13 de abril, Dra. Juliana Parada, psiquiatra, cofundadora e responsável técnica do Sentir Mulher e Sentir Família, debateu junto a Assembleia Legislativa de Minas Gerais, a necessidade de criação de políticas públicas voltadas para a promoção da saúde mental materna, com ações de conscientização, incentivo e cuidado, especialmente no período gestacional e pós-parto, bem como em prol da “maternidade atípica” , relativa às mães cujos filhos apresentam padrão atípico de desenvolvimento, em razão de alguma deficiência.
 
Dra. Juliana é ativista da Saúde Mental Materna e apoiadora do movimento Maio Fruta Cor. Uma campanha democrática, apartidária e sem fins lucrativos, que visa sensibilizar a população para a causa da saúde mental materna.
 
Por que falar sobre saúde mental materna?
 
Apesar do forte estigma social em torno de temas ligados à saúde mental, há um alarmante aumento dos casos de depressão, ansiedade e, infelizmente, suicídio entre as mães.
 
Pouca ou nenhuma atenção tem sido dada aos fatores que contribuem para o sofrimento mental das mulheres diante das crescentes demandas da maternidade. Isso leva as mulheres a vivenciar esse papel imersas em um elevado nível de exigência, sentimentos de autorreprovação, insuficiência e culpa. A forma como se legitimam visões distorcidas sobre o papel materno reforça a crença em um modo único e soberano de exercer a maternidade, e isso impacta a saúde mental, gerando dor e sofrimento.
 
Muitas mulheres vivenciam estados de sofrimento no período da gestação, do parto e do puerpério sem que possam ser ouvidas e legitimadas, quanto menos receber tratamento adequado. Esse cenário compromete a experiência do período perinatal, a vinculação afetiva da família e o desenvolvimento humano. Falar sobre a saúde mental materna é fundamental, pois esta é frequentemente reduzida às necessidades do bebê ou às variações hormonais.
 
O período perinatal, que abrange a gestação ao pós-parto, é uma fase de vulnerabilidade ao adoecimento mental e necessita de atenção e cuidados específicos, uma vez que pode agravar condições prévias, como ansiedade, transtorno bipolar, entre outros. Trata-se de uma importante janela para discussões sobre prevenção.
 
Além disso, mulheres são acometidas por depressão duas vezes mais que os homens. E adoecem em maior grau nas situações de desigualdade social. A biologia por si só não explica esse fenômeno, portanto é preciso contextualizar todo o impacto que ser mulher e ser mãe pode gerar na vida psíquica das diferentes mães e inúmeras mulheres que temos em nosso país.
 
Fonte: maiofrutacor.com
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