Você possivelmente respondeu: 40 dias. Os ginecologistas/obstetras, após o parto, pedem para que as mulheres entrem em resguardo por 40 dias. RESGUARDO, entenderam? O que significa: precaução, prudência e proteção.
De onde vem isso?
Depois do parto a mulher fica física e hormonalmente debilitada e os 40 dias são imprescindíveis para que ela volte a uma posição próxima ao pré-gravídico. Os 40 dias têm a ver com a necessidade de um tempo, para que as mulheres depois de parirem, voltam a ter mobilidade física para sobreviver.
O período de resguardo era muito usado antigamente, pois subentendia-se que as mulheres se ajudassem, umas cuidando das outras. Nos tempos atuais, o resguardo sofre modificações sócio culturais e a mulher não encontra mais essa rede de apoio. O resguardo passa a ser solitário e, ao meu ver, perde a parte mais importante dessa fase: a cooperação.
Os 40 dias nada têm a ver com o puerpério. O puerpério é a fusão emocional, física e espiritual entre mãe e filho. É também tempo de redefinição do casal e da família. Os ajustes acontecerão aos poucos e nesse período é fundamental a participação ativa e verdadeira do homem/pai em todos os contextos.
Quanto tempo o puerpério pode durar? Vai durar o tempo necessário para que a identidade dessa mulher se restabeleça. O tempo preciso para que ela, mulher, se reinvente. O tempo certo para que ela se refaça além desse filho e esse filho se perceba além dessa mãe.
Mas quanto tempo, então? Pode durar até 3 anos! E não tem nada que você possa fazer para adiantar o andar da carruagem, parar o curso do rio, quebrar esse ciclo eterno ou pular qualquer fase. O puerpério existe, precisa ser compreendido, vivido e acima de tudo, respeitado como algo, sagrado.
Já experimentou se doar a alguém a ponto de perder sua própria identidade? Experimenta e me conta! Como foi ou está sendo seu puerpério?