Um crescente corpo na literatura aponta que os hormônios sexuais têm a capacidade de regular os sistemas de sinalização sináptica que são considerados anômalos no TDAH. Os efeitos do estrogênio nos circuitos estriatais dopaminérgicos, reduziriam os receptores de dopamina, aumentando a sua liberação no córtex pré-frontal (Archer, 1999; Gibbs, 2010).
Embora ainda não haja estudos robustos sobre o assunto, estudos de caso sugerem que haja im aumento dos sintomas de TDAH no período pré-menstrual. Entretanto, um estudo recente holandês sugere que haja uma exacerbação sintomática no período pós-ovulatório e também pós-menstrual.
Tal variação foi ainda mais importante nas mulheres com traço de impulsividade.
É possível que a impulsividade seja um marcador para maior sensibilidade a hormônios sexuais.
O que explicaria o fato de mulheres com TDAH serem mais propensas a desenvolver Depressão pós parto, (57% x19,7%), Transtorno disfórico pré-menstrual (45%x 28%) e mais sintomas no climatério. (Prevalence of hormone-related mood disorder symptoms in women with ADHD, 2021).
Em resumo, existem indícios convincentes de que mulheres com TDAH sofram mais com alterações hormonais.
É portanto, de fundamental importância, reconhecer a influência dessas flutuações como medida de ampliar o autoconhecimento, a acurácia diagnóstica e o manejo comportamental/farmacológico dos sintomas.
📝 @carolmagalhaes.psiquiatra | CRM 68230 RQE 48045 | Psiquiatra com foco em Saúde Mental da Mulher e Psiquiatria Perinatal.
O TDAH e os ciclos hormonais femininos
