Você tem coragem de entrar tão profundamente dentro de si mesma e ver suas sombras? A maternidade escancara o que muitas vezes não gostamos em nós. A maternidade nos coloca de frente com nossas limitações e medos. A maternidade nos traz a finitude e toda a ambivalência tão “hard” de carregar.
Ambivalência realmente enlouquecedora: “amo os meus filhos e detesto ser mãe”, “sinto amor e raiva”, “quem mais amo, mais me desgasta”. São frases assim que retratam o dia a dia…. E como fica a mãe?
Quanto cansaço cabe na cabeça de uma mãe que se sente culpada? Culpa que não queremos carregar, mas que brota como capim na chuva e mesmo ceifando uma por uma, como jardineiros incansáveis, novos brotos vão surgindo.
Tem como ser melhor? Tem como ser bom? Tem como superar nossos próprios traumas para sermos mães livres das amarras construídas em nós quando éramos crianças?
Leva tempo, toma tempo e pode doer, porque os nossos filhos também reativam nossas memórias ocultas, as que não queríamos nos lembrar e guardávamos a sete chaves. A criança interior grita, chora, escorrega, levanta e agora sabe que ela é a adulta da parada, e que ao menos ela deveria saber como fazer. Pare para ouvir medos misturados, atitudes velhas e o desejo profundo de fazer diferente.
E quem cuida de nós?
Um dia, alguém me perguntou qual era a melhor maneira de trabalhar a nossa criança interior? Eu respondi: tenha filhos!
Seja gentil com você, porque você vai precisar!