Carga mental feminina, a gente explica, desenha, explica de novo e parece que não cola. Por que os homens não compreendem?
Aí vamos contar para eles e a resposta: “eu faço supermercado, troco fraldas, faço igual a você, trabalho muito aqui também….”
E você tem vontade de esfolar a cara da pessoa em um muro de chapisco.
Tá, calma, respira. Eu sei que parece interminável, tanto o protocolo dos planejamentos, quanto o pedido para que entendam que a mulher precisa: “me deixa aqui sozinha e quieta só umas horinhas? Só não quero escutar mãe, nas próximas duas horas. Pode ser?”
E o homem sai achando a mulher chata.
De nada valeu explicar, porque a conclusão que ele tem e que ela é muito da reclamona mesmo…. E vida que segue.
Então, a gente desenha de novo: carga mental não é apenas ter que pensar em tudo, é também fazer tudo. Carga mental é ter que prever que as coisas vão acabar, que aquilo tem que ser feito, que o negócio não vai funcionar, que aquela coisa precisa sair dali e vir para cá. Carga mental é ter que antever, anteceder, programar, prospectar e resolver.
Parece que não tem fim… uma coisa depois da outra em um dia seguido do outro. Afinal, tem que comer todo dia, se vestir todo dia… Tem casa relativamente limpa, criança de banho tomado, brinquedo para organizar, roupa para lava e passar, tem o grupo de WhatsApp da escola, tem a agenda extra classe, tem uma logística infinita.
Mas eu continuo aqui batendo na mesma tecla, para ver se cola: desliga a mãe, desliga a cabeça da mãe, só por um dia, dois, três, ou mais dias, só para ver se ela esvazia e consegue relaxar.
Porque os homens querem mulheres calmas, mulheres serenas, mulheres que não gritam. Podemos então entrar na caixinha do nada e não pensar, nem prever, nem montar a logística de nada?
Aí você tira a mulher do centro da casa e tudo adoece… Então, sabemos que ela é o sol, mas alguém percebe isso?
Está na hora de ao menos entendermos o que é carga mental, mundo.
Pelo menos isso!