Mergulhar nas profundezas mais oceânicas de você mesma e depois submergir LENTAMENTE até chegar novamente à superfície. O parto representa não só a abertura do corpo físico para receber o bebê, mas também uma abertura sem precedentes no plano emocional. Este mergulho no pós-parto rompe de uma vez com toda a onipotência que a mulher vive na gravidez.
É como diz a metáfora da inspiradora @flapenido: gravidez é ONIPOTÊNCIA. Parto (se respeitoso) é POTÊNCIA. Puerpério é IMPOTÊNCIA. O que a gente precisa é “apenas” estar consciente. Receber e aceitar as emoções que sentimos na gravidez e após a chegada do filho. Sem pressa!
Puerpério emocional é muito mais complexo, desafiador e lento do que o puerpério do corpo físico. Enquanto este dura cerca de 6 semanas, no campo emocional o resgate da nova mulher (após elaborar o luto daquela que morreu e se familiarizar e reconhecer na NOVA MULHER MÃE) leva cerca de 2 a 3 anos. Simbolicamente, este é o tempo médio que a nova mulher leva para SE GESTAR E SE PARIR!
É o que vivi e (ainda) vivo na minha experiência pessoal e o que percebo nitidamente em minha prática clínica! Eita oceano mais lindo! Você encontrou outras Iemanjás por lá? Eu sim, encontro muitas!
Encontrei esta foto em um dos álbuns que manuseei. Ela foi tirada no pôr-do-sol mais maravilhoso que já presenciei, em Alter do Chão, no Pará. Terra que recebeu meu avô escocês e minha avó canadense com uma bebê de poucos meses, após desbravarem uma travessia oceânica do Canadá para o Brasil, a loooong time ago! Nunca havia parado para pensar sobre como foi esta experiência para minha avó materna! Acho que somente hoje consigo ter uma parcela de compreensão do que ela viveu! Te honro, minha avó Louise!