O conflito é algo inerente nas relações humanas. Sendo assim, é melhor aprender a se relacionar com situações conflituosas ao invés de colocar energia para evitá-las. Trazemos algumas orientações sobre como cuidar dessas situações cotidianas:
O limite é um ato de educar. Ele significa a capacidade do pai de identificar situações que devem ser evitadas e ou impedidas. Provavelmente, a criança e o adolescente, não vão concordar com tal decisão paterna. Podem inclusive trazer aquelas falas difíceis de escutar: “te odeio!”; “você não sabe de nada!”; “Você não manda em mim!”. Tenhamos em mente que o ato de impor limite é também um ato de amor, de preservação e de cuidado. Mas que nossos filhos e filhas ainda não são capazes de ter essa percepção, pois estão voltados única e exclusivamente para o seu desejo próprio. Mas saibam, que ao sustentar o limite, no fundo, seu filho(a) respeitará muito você por isso.
Dizer não é permitido. Estamos vivendo tempos onde o “não” tem perdido espaço para o “sim”. Esse movimento tem como uma de suas origens a crítica a uma educação punitiva, e merece a atenção de todos os pais para evitar usar a punição como única forma de contornar problemas. Contudo, as crianças e os adolescentes precisam aprender a viver com o não. Isso os ajudará a fortalecer a sua habilidade em lidar com as frustrações. Em várias situações, conseguimos explicar o motivo do não. Mas mesmo nas situações onde isso é mais desafiante, o não pode ser sim usado sem grandes justificativas.
Sustentar o não. Escutamos falas como “eu disse não, mas mesmo assim o meu filho(a) continuou aprontando, ou não me deu ouvidos”. Nessas situações, vale uma reflexão: será que esse “não” foi verdadeiro? Ou de forma diferente, como estava a minha real intenção ao dizer esse “não”? O “não” da boca pro fora é paliativo, quase um placebo. Mas quando dizemos um não que vem do fundo da alma, repleto de significado e recheado de cuidado, a criança e o adolescente, na medida do possível, o respeitam. Cabe ao pai, sustentar esse não, e acolher as emoções e os comportamentos que o mesmo vai gerar no seu filho(a).
Escolha as suas brigas. Como pais, estamos a quase todo momento entrando em situações cotidianas de conflitos. Isso extrai de nós muita energia e nos desgasta. Escutamos falas como: “a noite é mais difícil, estou mais cansado, e acabo exagerando ao colocar limite no meu filho(a), perco a paciência”. Tenha paciência com você e aceite que você também é um ser humano imperfeito. Não use dessa mesma justificativa para sempre perder a cabeça com seus filhos(as). Se conecte com seu cansaço, com suas dores e insatisfações, e cuide para não projetar isso no seu filho(a). E se permita perder algumas batalhas! Por exemplo: seu filho(a) não vai ter um grande problema se dormir um dia sem tomar banho.
Você é a autoridade, mas não precisa ser um autoritário. A autoridade conhece bem as regras e os acordos, e assim, pode ajudar um educando no seu processo de aprendizagem. O autoritário, geralmente só conhece as suas próprias regras e acordos, sendo menos capaz de compreender e respeitar o desejo do outro. A autoridade sabe que o erro é um importante aprendizado para o desenvolvimento. O autoritário vê o erro como inconcebível, míope inclusive ao seu próprio processo de desenvolvimento. Não tenha medo em errar com seus filhos(as), e mais do que isso, em contar para eles onde e como você errou. Aprenda também a pedir desculpas quando você errar. Dessa forma, você será um exemplo de autoridade e não um exemplo de um tirano.
Escrito por: Felipe Brito | Psicólogo no Sentir Família
Vem fazer parte das nossas Rodas de Conversa sobre Masculinidades, a próxima será no dia 26 de setembro, e o tema abordado será “Relação Pai & Filho(a)”. Clique aqui para se inscrever.